sábado, 10 de março de 2012

BASE BÍBLICA DO EVANGELISMO - CONTINUAÇÃO 3

Estas lições também são conseguidas através da leitura do N. T. Quão maravilhosa é a manifestação da graça de Deus para cada um de nós!

Quanto a Paulo, ainda que pareça estar preocupado apenas com suas Igrejas, com o comportamento dos novos crentes gentios, que estavam sendo massacrados pelos ensinos dos judaizantes, na verdade estava trabalhando para espalhar o evangelho como ele conhecia, cria e pregava. Ele não tem vergonha do Evangelho que considera ser o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê, visto que a justiça de Deus se revela no Evangelho.[1] Ele diz que falaria somente das cousas que Cristo fez por intermédio dele para desta forma tentar conduzir os gentios à obediência, por palavra e por obra, por força de sinais e prodígios pelo poder do Espírito Santo. Afirma que, desta maneira, divulgou o evangelho de Cristo desde Jerusalém até ao Ilírico, esforçando sempre por pregar o evangelho onde Cristo não fora pregado.[2]
            Paulo afirma que seus ensinos eram muito diferentes dos ensinos dos sofistas deste mundo pois ele anunciava a Cristo, e a este crucificado, que era escândalo para os judeus e loucura para os gregos.[3]
            Conversando com Timóteo, Paulo o aconselha a se fortificar na graça que está em Cristo Jesus e que, aquilo que o jovem pastor havia aprendido dele (de Paulo) através de muitas testemunhas, devia ser transmitido a homens fieis e idôneos para instruir a outros.[4] Esta mensagem tem que ser transmitida a todos os outros o quanto for possível. Por isso ele ensina para Tito que a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens.[5]
            Na Epístola aos Hebreus o escritor quer nos ensinar que na gloriosa revelação de Deus para os homens,  Jesus Cristo é o Filho, e que os anjos são apenas ministros; que Cristo é superior a Moisés; que Ele é a entrada no descanso de Deus pela fé; que Jesus Cristo é o sumo sacerdote que se compadece de nós, cujo sacerdócio eterno, é superior ao da antiga aliança que teve fim. Jesus Cristo é sacerdote único e perfeito, cujo sacrifício não se repete posto ser eficaz.
            Finalmente, aparece outra vez em cena o apóstolo João para mostrar a revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as cousas que em breve devem acontecer. A visão do Cristo Glorificado, que esteve morto mas que está vivo. Que está assentado à direita do trono de Deus e cuida da Sua Igreja e dos seus pastores. Que se ajunta com os seus remidos no monte Sião. Que venceu a besta e o falso profeta. Que tem poder para abrir o livro, que virá sem demora e que finalmente estará com todos os seus, uma multidão que não pode ser enumerada, de todas as nações, tribos, povos e línguas, na nova Jerusalém celestial. Senhor que criou um novo céu e uma nova terra.
            Esta é a base do evangelismo no Novo Testamento. Ele é todo evangelístico.

                        3.3 - Distinção da Boa Nova no Velho Testamento e no Novo Testamento.

            3.3.1 - A boa nova tanto no V.T. quanto no N.T. consiste na mesma pessoa. faça uma comparação dos textos de Is 61 com Lc 4 e Gn 12.7 com Gl 3.16.

            3.3.2 - A diferença está no fato de que no V.T. a mensagem diz: “Ele virá!” O ouvinte crê na promessa. Vive da promessa. No N. T. a mensagem diz: “Ele Veio! Ele voltará!”[6] O ouvinte crê no cumprimento.

É óbvio que nessas poucas linhas não temos a intenção de esgotar esse esplêndido assunto. Na próxima oportunidade pretendemos falar sobre uma relevante terminologia que encontramos no N. T.  sobre o evangelismo. Continuamos vivendo e dependendo da graça de Deus. É Ele quem nos ama! Deus nos abençoe!

Stephenson Soares Araújo.
12/01/2009

[1]- Rm 1.9-17.
[2]- Rm 15.14-21.
[3]- I Co 1.18-25.
[4]- II Tm 2.1-2.
[5]- Tt 2.11.
[6]- Veja At 1.11.

BASE BÍBLICA DO EVANGELISMO - CONTINUAÇÃO 2


3.2 - O Evangelismo no N. T.

            É aqui no Novo Testamento que encontramos o verdadeiro descortinar das verdades, dos exemplos e dos modelos do evangelismo. De fato ele inicia com o  próprio Senhor Jesus Cristo. É impossível desvincular o Evangelho, de Jesus; desvincular o evangelismo, do Senhor Jesus Cristo. O nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo veio não somente trazer uma boa nova de salvação e de paz; Ele próprio é esta boa nova. Jesus Cristo não é somente o carteiro que as pessoas esperam porque estão interessadas numa carta. Ele é ao mesmo tempo, o carteiro e a carta.
            Acima temos visto os conceitos de evangelho e evangelismo. Ainda que os quatro evangelhos pareçam ser diferentes percebemos que eles foram escritos, não como história e nem como uma biografia, mas como uma confessio fidei escrita, um testemunho de muitas pessoas reunido pelo autor, cujo arranjo quer mostrar que tipo de pessoa era Jesus, dar evidências pelas quais os discípulos o tinham seguido e reconhecido como Messias e Filho de Deus, e desafiar os leitores, da maneira mais convincente possível, a dar o mesmo passo de fé em Cristo, conforme eles tinham dado.
            O Apóstolo João deixou muito claro, no Evangelho que escreveu, o objetivo que ele tinha em mente. Não era escrever tudo sobre Jesus; ele sabia que o mundo inteiro não caberia os livros que fossem escritos. Ele disse:

  “Na verdade fez Jesus diante dos discípulos muitos outros sinais que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram registados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo tenhais vida em seu nome.”[1]

            Ainda que os quatro evangelhos tenham sido escritos como se suspeita, com propósitos diferentes, seja para fortalecer os fracos na fé, para consolar a Igreja nas épocas de perseguição, defender o cristianismo das calúnias a que ele estava exposto, dar apoio de ensino fiel especialmente aos professores e pregadores da missão cristã, na verdade, os escritores queriam que as pessoas que os lessem se tornassem cristãs. Eles queriam que os leitores fossem salvos. A salvação em Jesus Cristo é tema chave. Salvação integral; por isso inclui a cura, o perdão, a libertação, a vida nova e vem às pessoas unicamente através de Jesus, o Filho de Deus. A evangelização é a principal preocupação destes autores.
            Semelhante mensagem encontramos no livro dos Atos dos Apóstolos. Lucas continuou escrevendo sobre os processos de evangelização desenvolvidos pela Igreja após a ascensão de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo e o derramar do Espírito Santo. Nele, o próprio Senhor e Salvador Jesus Cristo está derramando o poder do Espírito Santo sobre a Igreja, capacitando-a a ser testemunha de Jesus Cristo mesmo, começando de Jerusalém, passando por toda Judeia e Samaria e até aos confins da terra.

As lições que essa reflexão nos traz não param por aqui. Ainda continuaremos... Como dependemos da graça de Deus!


Stephenson Soares Araújo.
12/01/2009

[1]- Jo 20.30-31 (ARA).

BASE BÍBLICA DO EVANGELISMO - CONTINUAÇÃO

Continuamos nossa conversa e reflexão sobre o evangelismo no V. T.

Entretanto, o próprio profeta Ezequiel quando teve aquela maravilhosa visão de que Deus estava presente ministrando no templo, difundiu a idéia comum de que todas as nações teriam que vir ao monte Sião, ao templo, para trazer seu tributo a Deus. Mas, o profeta Isaías apresentou alguns indícios que revelaram que o Senhor Deus podia amar outros povos além de Israel.
            Um exemplo interessante de missionário que encontramos no Velho Testamento por certo seria o profeta Jonas. Conhecia a grande bondade de Deus, Sua misericórdia, Sua clemência, Sua piedade, Sua disposição de si arrepender do mal. No entanto, ficou irado quando Deus perdoou ao povo da grande cidade de Nínive.[1] Mas a grande lição nos mostra o interesse de Deus em que Israel proclamasse o Seu grande amor para com os outros povos.
            A história narrada no livro do profeta Oséias, em suas relações com sua esposa Gomer, demonstra um vívido e maravilhoso quadro do Senhor Deus todo-poderoso alcançando as pessoas que menosprezam o perdão que Deus continua oferecendo.[2]
            Existem muitas declarações nos escritos dos profetas que apontam para um messias, um libertador do poder do pecado, do mundo, de satanás e da política. Isaías conseguiu olhar para o futuro e dizer: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o governo está sobre seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz;...”[3] Estes indícios da intenção de Deus são importantes e emocionantes; porém, no grosso volume dos ensinos do Velho Testamento existem poucas profecias deste tipo. Estas apenas antecipam aquilo que havia de vir.
            Israel si considerava como o centro da única e verdadeira religiosidade do mundo. Desta forma, ele tentava atrair os povos para si. Alguém sugeriu que ele fazia uma “evangelização” centrípeta. Outros dizem que era um “evangelismo” silencioso. Mas isto é por dedução; não está muito claro nos escritos do Velho Testamento. No entanto, as predições de que as nações apareceriam no monte Sião para trazer tributos a Deus parece indicar que os gentios não estavam fora do alcance do maravilhoso amor de Deus. Alguns escritores do Novo Testamento citam, por várias vezes, os textos do Velho Testamento que falam sobre o interesse de Deus em abençoar todos os outros povos da terra através de Israel
            O messias que estava para vir era uma expectativa judia. No entanto, alguns criam que o Messias traria bênçãos e paz para todas as pessoas, não só para os judeus.

Na continuação conversaremos e refletiremos sobre o evangelismo no N. T.

Stephenson Soares Araújo.
12/01/2009

[1]- Veja toda a história narrada no Livro do Profeta Jonas. Este pequeno parágrafo se refere a: Jn 4.1-2.
[2]- Veja Os 3.1.
[3]- Veja Is 9.6 (ARA).

BASE BÍBLICA DO EVANGELISMO


3 - BASE BÍBLICA DO EVANGELISMO

                        3.1 - O Evangelismo no V.T.

            Uma leitura seca dos livros do Velho Testamento nos mostra o povo de Deus com atitudes exclusivistas se afastando das nações ao seu redor, quase nunca testificando da graça de Deus para estas nações. Ao defender a validade de seu Deus[1] os israelitas normalmente buscavam proteger sua própria teologia, seu próprio entendimento de Deus e seu pacto com ele.          
            O problema é que de fato o povo de Israel suspeitava das nações vizinhas que adoravam uma grande variedade de deuses. Por isso, em vez de tentar alcançar as nações, tratando de compartilhar o seu entendimento do único Deus verdadeiro, desejavam derrotá-las e destruí-las. Quando lemos a maior parte da história de Israel e de Judá, aprendemos que eles eram inimigos das outras nações.
            Tony Cupit[2] diz o seguinte:

“Desde o tempo em que Deus prometeu fazer de Israel uma grande nação e através de sua problemática história, Israel cria que era a nação especial de Deus e por tanto, não via a necessidade de alcançar, em um sentido “evangelístico”, a Moabe, Edom, Filístia, Síria, Amom ou qualquer outra nação vizinha.”         

            A promessa de Deus para Abraão, do pacto que Deus mesmo fizera ele, e por conseqüência com Israel, era de que este seria uma bênção para todas as outras nações da terra.[3] Isto antecipava todas as bênçãos futuras para todos os povos da terra. No entanto, nem mesmo essa realidade motivou Israel a se oferecer para compartilhar com as nações vizinhas, a sua particular relação com o grande Deus Iavé.
            Quando lemos os escritos do profeta Ezequiel percebemos que o povo de Israel cria que a presença de Deus residia somente na cidade santa, a gloriosa Jerusalém, no templo, no lugar santíssimo, na arca da aliança.[4] Fora destes locais era impossível Deus estar presente. Desta forma, quando Deus mandou Judá para o cativeiro na Babilônia, eles pensaram que Deus os havia abandonado. Era impossível crer que a presença de Deus ia com eles. Acreditavam que Deus havia permanecido em Jerusalém. Sentaram-se na beira do rio; penduraram suas harpas; recusaram a cantar os hinos de Sião.[5]

O Assunto é vasto! Continuaremos a nossa conversa e reflexão.

Stephenson Soares Araújo.
12/01/2009

[1]- Veja Gn 1.11.
[2]- CUPIT, L. A. (Tony). Modelos Bíblicos Para El Evangelismo.Ed. S/n. Unión Bautista LatinoAmericana. 1998. 37 p.
[3]- Veja Gn 12.1-3.
[4]- Veja Ez 43.7.
[5]- Veja Sl 137.1-6. Tenho dito que esta é o salmo da vergonha. Como posso cantar os cânticos de Sião em terra estranha? Como posso cantar os cânticos do Deus todo-poderoso, que nunca seria derrotado, diante daqueles que me derrotaram?