domingo, 3 de janeiro de 2016



7 - A MANIPULAÇÃO NO PROCESSO DA EVANGELIZAÇÃO - CONTINUAÇÃO.
Olá!
Passou o ano de 2015 e nós não tivemos tempo de terminar o assunto sobre a manipulação no processo da evangelização.
Agora começamos o ano de 2016.

O Assunto que segue é sequência: O que precisamos considerar quando nos propomos a Evangelizar!

A consideração destas proposições nos leva ao entendimento de que, como evangelistas, precisamos estar atentos ao fato de que o progresso evangelístico da igreja hoje, tem fracassado em quase todas as frentes, não só no Brasil, como em todo o mundo, porque não se está dando atenção ao preparo eficiente dos obreiros. Por outro lado, muitos obreiros quando atingem um certo patamar de preparo pensam que já sabem de tudo, que estão bem preparados e não querem se preparar mais e melhor. 

Existe hoje, uma onda muito grande de exploração das massas populacionais, produto de manipulação de dados, de recursos técnicos, de pessoas e de forças espirituais, tanto a nível de sociedade seja ela capitalista/consumista ou  socialista, como a nível de igrejas, contra o que se precisa lutar seriamente se, se quer plantar igrejas sadias, responsáveis e reprodutoras. Porém, necessário se faz estar conscientes de que esta luta não se vence da noite para o dia. 
A quantidade de forças e influências dos pensamentos do enganador, do opositor, do caluniador, imperando sobre as pessoas e sobre as estruturas de poder social é muito grande, e somente pessoas capacitadas, submissas a Deus poderão evangelizar sem manipulação. 

O obreiro manipulador dá valor às coisas e para obtê-las usa as pessoas. Ele dá mais valor aos meios do que aos alvos. Ele esquece que os alvos (fins) não justificam os meios. Ele engana com palavras persuasivas; e traz as pessoas cativas, presas a ele, aos seus programas, aos seus métodos, às suas técnicas, ao seu estilo, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo e não segundo Cristo.(56). 

Antes de dar solução à questão da exploração das massas populacionais é precisa treinar e capacitar as pessoas, os obreiros, a quem estas massas vão seguir, para que possam executar uma evangelização sadia, segura, sem manipulação. 

Somente homens e mulheres, líderes em fim, que foram verdadeiramente transformados, que têm um compromisso vivo e verdadeiro com o Senhor, com sua palavra e com sua obra conseguirão promover transformações duradouras numa sociedade. 

Robert E. Coleman diz o seguinte: 

("...ninguém precisa gozar do prestígio do mundo a fim de ser grandemente usado no Reino de Deus. Qualquer que esteja disposto a seguir a Cristo pode tornar-se em poderosa influência sobre o mundo, contanto naturalmente, que essa pessoa tenha o treinamento apropriado.") Coleman, 1987.

Este treinamento, naturalmente, precisa ser específico dentro do que a igreja pretende fazer. 
Os obreiros deverão, pelo menos, receber, entre outros, treinamento em: 
teologia bíblica de missão, teologia bíblica do velho testamento, teologia bíblica do novo testamento, velho testamento, novo testamento, antropologia cultural,  fenomenologia da religião, linguística, evangelismo, hermenêutica, contextualização, crescimento da igreja, estratégia e metodologia missionária, formação e desenvolvimento de liderança local. 

É óbvio, se está pensando em um obreiro que já tenha  recebido  o  seu  treinamento e capacitação teológica em seminário ou similar. 

No entanto, não se pode esquecer e nem prescindir dos leigos (57), que também deverão receber o treinamento e capacitação específica. 

Mas, ao programar e desenvolver este treinamento, a igreja não pode se esquecer que no seminário, normalmente o homem não demonstra todo o seu caráter. E normalmente, o seminário não transforma o caráter de um homem. 

É preciso exigir a leitura de autores como Christy Wilson, Coleman, Henfor,  Hesselgrave, Juan Carlos Miranda, Kilinski, McGavran, Larry Pate, Oswald Sanders, Oswald Smith, Peter Wagner, Ralf Winter, Ruth Tucker, mas isto não é tudo.  

O que se está salientando é que não é suficiente que o obreiro tenha conhecimento intelectual, literário, de técnicas e métodos, se ele não está suficientemente transformado para ser obediente a Deus e a seu plano, bem como aos planos traçados pela igreja. 

O existencialismo de Camus, de Satre e de Vinícius de Morais é muito bonito; porém não transforma o homem em servo de Deus e servo do outro homem, para o bem; ao contrário, faz com que o homem seja cada vez mais, escravo de si mesmo, do pecado e do reino das trevas. 

Se muitos dos homens, treinados nos seminários, não chegam a conhecer Jesus Cristo, o nosso Senhor e Salvador de maneira experimental, cuja experiência de fato seja escrutinada pela Bíblia Sagrada, não poderão pregá-lo de forma viva aos outros. 

Não é fácil trabalhar no caráter de um homem! E a Igreja foi estabelecida por Deus para este trabalho e vai ter que trabalhar neste sentido. 

Precisa-se da operação do Espírito Santo, porque o que se quer e precisa é ter obreiros em cujo caráter se encontram as seguintes marcas:

01 - obreiro que ama ao Senhor;
02 - obreiro que ama a Palavra do Senhor;
03 - obreiro que ama o Povo do Senhor;
04 - obreiro que ama a Obra do Senhor.

Não pode haver mudança no caráter ou no propósito dos obreiros se não houver obediência. 

Os crentes devem ser cheios do Espírito Santo e dar evidências deste fato. (58). Devem exibir a unidade do Espírito Santo (59) e estar sempre alegres em todas as circunstâncias.(60). O problema é que para muitos membros de igrejas e obreiros, a Bíblia Sagrada tem sido mais um compêndio de verdades a serem discutidas, entendidas ou compreendidas e nem tanto um manual de realidades a serem vividas. 

Daí, algo que a igreja não pode descuidar, é que este treinamento precisa e tem que ser supervisionado, um verdadeiro estágio supervisionado. Além disto, é preciso que o obreiro conheça e esteja integrado em todos os detalhes da estratégia que a igreja montou para a cidade ou para a região específica onde o obreiro irá desenvolver o seu trabalho, para que se possa fazer uma avaliação segura da execução e do desenvolvimento do trabalho.

 O que não se pode admitir, é que, em nome de uma suposta urgência,  devido  à visão  escatológica,  se  envie ao campo um obreiro que não tenha recebido os devidos treinamentos e capacitação. Perde-se muito menos tempo, dinheiro e reputação quando se investe no bom treinamento e capacitação de um obreiro.
É com essa seriedade que encaramos, pensamos e desenvolvemos o evangelismo.
Até o próximo assunto.
Tenham um excelente 2016.
Deus vos abençoe!
Stephenson.

(56) - Veja Cl 2.4-8

(57)- Esta palavra tem sido usada com o significado de: o não estudado que não é clérigo, que não tem uma formação específica num determinado assunto, que é estranho ou alheio a um assunto. No entanto, a palavra, na sua origem latina, laicu, tem o sentido de: "Que pertence ao povo cristão como tal e não à hierarquia eclesiástica." (Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário Aurélio. p. 1018).

(58)- Os textos de Ef 5.18 - 6.9 nos ensinam que ser cheio do Espírito Santo e dar evidências deste fato dentro da família e na sociedade é normativo; não é optativo. 

(59)- Diante da análise de Ef 4.2-32 de onde aprendemos que os crentes devem exibir a unidade do Espírito entende-se que é impossível desenvolver a missão se a unidade está quebrada.

(60)- Conforme Fil 3.1. Não se trata aqui de querer ser super homem ou super mulher e tentar reprimir ou esmagar as emoções negativas. É preciso aprender a reconhecer as emoções negativas sejam elas disfóricas ou não, mas saber administrá-las segundo a graça de Deus para que elas não nos impeçam de manifestar a produção dos frutos do Espírito em nós, para todas as famílias da terra.


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