segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Aprendendo a lição do doar e depender.


 Preciosas e importantes lições de como devem ser as relações pessoais podem ser encontradas nos textos de Ef 5.21-6.9; Col 3-18-4.1 e I Pe 2.18-3.7. Na literatura da época era freqüente enumerar os deveres mútuos entre os membros de uma casa ou de uma família, à qual incluía os escravos. Nas passagens do NT, a referência ao Senhor Jesus modifica profundamente tais deveres. Estes giram em torno de três grupos familiares com relações recíprocas: em cada caso menciona-se primeiro aos membros do grupo que eram tidos por débeis e necessitados de proteção (esposas, filhos e escravos) e depois aos que se tinha por fortes (esposos, pais e patrões), os quais devem mostrar consideração e amor aos primeiros. Em Ef, se dá especial atenção à relação entre esposos e pais e filhos; em Col, à pais e filhos e dos escravos e dos senhores.  Em I Pe, se limita à relação entre servos e patrões, e à relação entre esposas e esposos.
No entanto, aprende-se de toda esta secção a lição da sujeição mútua e voluntária, nascida do amor, que é a base de todas as relações pessoais domésticas, conforme Mc 10.44; Gl 5.13; Fil 2.3; I Pe 5.5. A união entre Cristo e sua Igreja dá à estas relações uma nova dimensão. Essa é pouco conhecida de muitos: a dimensão do doar e depender. A relação de Cristo com a Igreja se apresenta como modelo de como deve ser a relação entre os esposos, entre pais e filhos e patrões e empregados. Como Cristo amou! Como a Igreja está sujeita a Cristo! Doação e dependência. O amor de Cristo se apresenta como medida ideal para a doação. Nada mais que isso; porém, nada menos! Assim o esposo deve amar a sua esposa, o pai abençoar e amparar ao filho e o patrão ao empregado.
Por outro lado, assim como a Igreja está sujeita a Cristo, também as esposas devem estar, em tudo, sujeitas a seus maridos, o filho aos pais, que irradia honra; e os empregados sujeitos aos seus patrões. Eis a graciosa lição da dependência, pois se trata de uma sujeição voluntária baseada no amor recíproco, sabendo a quem estar ligada, a quem pertence como o ramo que não pode ser separado do tronco da videira. A figura que o nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo nos deixou em Jo 15 nos clarifica esta lição. O ser humano foi colocado na terra para produzir frutos. Muitos frutos. Mas precisa aprender a lição da doação e da dependência. É preciso que esposo e esposa, o pai e o filho, o patrão e o empregado sejam como vinha um para o outro, sempre em flor e sempre levando fruto um para o outro. Essa submissão irradia beleza, honra e amor.
Isto exclui toda tirania e assinala ao marido, ao pai e ao patrão o cuidado para com sua mulher, seu filho e seu empregado ao levar a direção e ao tomar a iniciativa, como o fazem Cristo com a Igreja. Do mesmo modo, a mulher se conforma ao seu marido, o filho ao seu pai e o empregado ao seu patrão como a Igreja a Cristo. Não se trata de minimizar um e maximizar o outro. Trata de nivelar os dois. Cristo é o nosso nível. O amor é o diapasão dos dons. “Dessarte, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus.” Gl 3.28.
Se o marido e a mulher, se o pai e o filho, se o patrão e o empregado querem realmente levar frutos no matrimônio, na fraternidade e nos negócios, tanto para Deus quanto para si mesmos, então eles têm que reconhecer sua dependência de Deus. Assim, pois, um bom casamento, um bom matrimônio, a fraternidade é também uma unidade espiritual, porque quem não quer ser vinha para Deus, tão pouco o pode ser para seu marido e para sua mulher, para seu filho e para seu pai, para seu empregado e para seu patrão. Isto significa ajustar-se à disposição que Deus estabeleceu no matrimônio, na família.
Marido e mulher, juntos, são herdeiros da graça de Deus, a graça da vida. Da mesma sorte o são pai e filho, patrão e empregado!
Por isso os maridos devem honrar as suas mulheres e as mulheres respeitarem seus maridos. Os pais devem amparar abençoar e sustentar os seus filhos para que eles não desanimem e os filhos devem se submeter e honrar aos pais. Os patrões não devem ser duros e ásperos com seus empregados e os empregados devem ser leais, dedicados a seus patrões e não respondões. Assim é estabelecido o matrimônio e fraternidade, porque o Espírito de Cristo governa ao marido e à mulher, ao pai e ao filho, ao patrão e ao empregado. Esse matrimônio, essa fraternidade são alcançados somente nessa comunhão de fé com Cristo. Esse é o “mistério” do matrimônio revelado para o servo de Cristo! O Matrimônio é a unidade de dois em um corpo e espírito. Essa é a lição do doar e do depender.
Deus nos abençoe!

Stephenson Soares Araújo.
 08/10/2006.

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