segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

"JONAS" UMA ANÁLISE DA ATIVIDADE MISSIONÁRIA DA IGREJA!



O Deus Eterno Viu!
   
             O texto relatado em Gênesis capítulo seis nos traz uma revelação relevante: Deus viu! Afinal de contas “foi Ele quem fez os nossos olhos será que não pode ver? [1]” Como poucos atentam para esse fato carece-nos de perguntar: o que foi que o Deus Eterno viu? E, porque eu não estou vendo? Atentemos para o texto de Gênesis:
                Quando o Deus Eterno viu que as pessoas eram muito más e que sempre estavam pensando em fazer coisas erradas, ficou muito triste por haver feito os seres humanos. O Eterno ficou tão triste e com o coração pesado... Noé era um homem direito e sempre obedecia a Deus. Entre os homens do seu tempo, Noé vivia em comunhão com Deus. Para Deus todas as pessoas eram más, e havia violência por toda parte. Deus olhou para o mundo e viu que estava cheio de pecado, pois todas as pessoas só faziam cosas más.[2]
                A maldade se desenvolvia numa velocidade crescente; a iniquidade aumentava a cada instante; o amor caiu não só no conceito como também no valor! A declaração de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo na revelação que faz aos seus discípulos sobre a progressão do mal diz que: “A maldade vai se espalhar de tal maneira, que o amor de muitos esfriará...[3]
Para Finney: “O amor consiste na escolha do mais alto, do mais elevado bem para Deus, para o homem, para o universo todo, como uma finalidade em si, devido ao seu valor intrínseco, em um espírito ou atitude de total consagração a este, como o objetivo final da existência.[4]
 O contraste percebido logo depois de um tempo da criação revela quão grande é a distância entre as condições presentes no momento da visão: no início viu Deus tudo o que havia sido feito e eis que tudo era bom! Agora, viu Deus a maldade progredindo! Logo após a criação do homem o Deus Eterno lhe dá as instruções de vida e lhe delega a tarefa de administrar a obra da criação, o que deveria ser feito debaixo da direção de Deus segundo seus princípios normativos. Era preciso “administrar tudo que Deus criou, conforme a vontade de Deus, para a glória de Deus e, para o bem de todos.[5]” Isso é amor! Amor a Deus, à Palavra de Deus, à obra de Deus e ao povo de Deus!
No entanto, o Deus Eterno viu o crescimento da violência, da maldade; a visão da progressão do mal lhe pesou o coração que entristeceu: ver o homem distanciado do seu objetivo, da sua missão doía muito. O homem não mais buscava o melhor para o Deus Eterno, para o homem e para o universo todo. O Deus Eterno viu o homem...
Carriker diz assim: “Gn 1.27 esclarece quanto aos sujeitos da imagem de Deus no homem; Gn 1.28 esclarece quanto ao conteúdo da função dada ao homem de “dominar” a criação. Elabora a imagem de Deus no homem em três áreas de responsabilidade e administração: a sua experiência social e familiar (“multiplicar”, “encher”, “dar nome”.); a responsabilidade econômica e ecológica (“sujeitar”, cultivar”, “guardar”.); e o governo (“dominar”, “dar nome”.). Estes mandamentos – Gn 1.28; 2.15, 18-25 – marcam o início de uma série de obrigações: o mandato para a família e a comunidade, a lei e a ordem, a cultura e a civilização que se alarga e se aprofunda ao longo do desdobramento da revelação divina. Deste modo Deus chama a humanidade para o papel de vice regente sobre o mundo; todos devem participar responsavelmente nesta tarefa.[6]
Pode-se afirmar que a queda na maldade e violência é consequência do fato de o homem não prestar atenção no que o Deus Eterno estabeleceu para ele.[7] Tudo ficou errado! A destruição da obra criada e do próprio homem se manifestou de forma exacerbada! As Escrituras Sagradas nos revelam o que se pode ver: o sofrimento, a aflição, a angústia, o desespero, a decepção, a frustração, a desonra; aflitos, agoniados e desamparados: esta é a situação do homem; isso é o que o Deus Eterno viu! Isso eu, o missionário e a Igreja precisamos ver! Em um outro relato a Bíblia Sagrada nos declara:
“Então o Deus Eterno disse: Eu tenho visto como o meu povo está sendo maltratado no Egito; tenho ouvido o seu pedido de socorro por causa dos seus feitores. Sei o que estão sofrendo. ”[8]
O Deus Eterno sabe que o homem está sofrendo, sabe o que é o sofrimento e porque ele sofre. No entanto, Ele não fica só no ver! Ele viu a grande cidade de Nínive que na ocasião da revelação a Jonas estava dominada pela maldade e violência. A iniquidade crescera até chegar aos ouvidos de Deus. Ora pois: “Foi o Deus Eterno quem fez os nossos ouvidos, será que não pode ouvir? ”[9]
“A grande cidade de Nínive era a capital do grande império da Assíria, nação inimiga mortal do povo de Deus. Esta ousada e poderosa raça era um rebento do velho Império Babilônico. O fim da política da Assíria era destruir a unidade racial dos povos conquistados. O Israel do Norte perdeu todo o seu sentido político e religioso tornando-se simplesmente uma colônia do grande império Assírio. Na breve história do Israel do Norte ficou demonstrada a grande verdade de que a prosperidade, a oportunidade e cultura não desenvolvem necessariamente um caráter nacional. Por outro lado, por meio de seus profetas, o Deus Eterno deu ao mundo certas verdades a respeito da justiça de Iahweh e do Seu amor que se tornaram pedras angulares da fé entre a humanidade. A destruição do Israel do Norte por parte da Assíria foi a grande lição que o Deus Eterno deu ao mundo. Enquanto o povo se mantém fiel há prosperidade e paz; quando o povo se esquece do Deus Eterno tudo desaparece! Esta tem sido a lição que a maioria dos povos não tem querido aprender. [10]
O Deus Eterno viu a grande Nínive, a capital do grande Império da Assíria que Ele mesmo usara como instrumento de disciplina para o povo que era d’Ele. Nínive estava dominada pela imoralidade, violência, injustiça social, idolatria, promiscuidade sexual, orgia, glutonaria, luxúria, bebedeira, ociosidade e opulência. Nínive estava dominada pela maldade. “ ... A maldade daquela gente chegou aos meus ouvidos. ”[11]


[1] - Veja em Sl 94.9. TLH.
[2] - Gn 6.5-11. TLH. O destaque é nosso.
[3] - Mt 24.14. TLH.
[4] - Finney, 1846.
[5] - Mandato Cultural. José Martins, 1990.
[6] - Carriker, 1990.
[7] - Veja Gn 3.1-19.
[8] - Veja Êx 3.7. TLH.
[9] - Veja Sl 94.9. TLH.
[10] - Mesquita, 1954. O grifo é nosso.
[11] - Veja Jn 1.2.

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